Pacheco tenta impedir fala de deputados contra Alexandre de Moraes, mas Girão não acata pedido


Em uma sessão especial no Senado Federal, presidida pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), surgiu uma polêmica envolvendo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Segundo informações, Pacheco teria solicitado a Girão que impedisse deputados de oposição ao governo Lula de usarem a palavra durante a homenagem a Jaime Tomás de Aquino, maior produtor de caju do país. Esses deputados haviam se organizado para criticar o ministro Alexandre de Moraes e pedir seu impeachment.

Contrariando o pedido de Pacheco, Girão permitiu que os deputados presentes no plenário se manifestassem. Até o momento, a sessão segue com 16 parlamentares inscritos para discursar contra o ministro, que recentemente determinou a suspensão do funcionamento da rede social X (antigo Twitter) no Brasil.

O deputado Marcel Van Hattem (NOVO-RS) revelou o desentendimento ao criticar a postura de Pacheco: "O fato de o senhor ter recebido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o pedido para cercear a palavra dos deputados, segundo a informação que recebi, demonstra que o senador Rodrigo Pacheco não teve a decência de vir aqui, sentar nessa cadeira e fazer o que está pedindo a vossa excelência".

Senadores como Izalci Lucas (PL-DF) e Magno Malta (PL-ES) também se manifestaram sobre o episódio. Lucas destacou que a decisão de permitir as falas foi para evitar "descortesia" com os deputados, enquanto Malta criticou o que considera um contraste com os benefícios concedidos ao governo.


A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) provocou o ministro Alexandre de Moraes durante seu discurso: "Quero ver se ele é bom pegando os pedófilos na deepweb."

O episódio ocorre em um momento de crescente tensão entre o Palácio do Planalto e a oposição no Congresso. Parlamentares oposicionistas têm elevado o tom contra Moraes e organizam uma manifestação pelo impeachment do ministro, marcada para o próximo sábado, 7, na Avenida Paulista, em São Paulo. Enquanto isso, membros do governo, como o vice-presidente Geraldo Alckmin, defendem a atuação do magistrado, elogiando a suspensão do X no Brasil.

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